quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Por que batizar crianças?

Para nós católicos, é muito comum sermos questionados o motivo que batizamos nossas crianças. Para alguns, isso é uma heresia, mas será mesmo?
batismo
Importante primeiramente entender o que é o batismo, o nosso primeiro sacramento.

O que é o batismo?

O batismo é a nossa iniciação na vida cristã, é a marca de Jesus em nossa vida. Vou usar um exemplo bem simplório, é igual quando um criador de gado, que marca todo seu rebanho com sua marca, desse modo, um fazendeiro vizinho mesmo que o gado se misture, saberá qual é dele e qual é do outro. Assim é o batismo, logo que entramos para o rebanho do Senhor, recebemos Sua marca, essa marca carregamos pelo resto de nossas vidas! Fazemos parte do grande rebanho do Senhor!

Com o batismo nos tornamos membros do Corpo de Cristo, como podemos ver na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 12, versículo 27 vai dizer “Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros”, portanto o batismo acima de tudo é mais uma prova da imensa Misericórdia do Senhor para conosco!

O batismo é uma ordem de Jesus, como podemos ver no Evangelho segundo São Mateus, capítulo 28, versículo 19 “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, uma outra passagem bíblica que também fala do batismo é em São João, capítulo 3, versículos de 1 a 8 “Havia um homem entre os fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és um Mestre vindo de Deus. Ninguém pode fazer esses milagres que fazes, se Deus não estiver com ele. Jesus replicou-lhe: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus. Nicodemos perguntou-lhe: Como pode um homem renascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez? Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito.”

Jesus Cristo, considerado até mesmo por pessoas que não têm fé, como um dos maiores líderes que o mundo já teve, para nós católicos não foi um dos maiores e sim o maior líder. Jesus não evangelizava e catequisava apenas com palavras, mas também, com ações. Uma delas, foi o batismo, Jesus também foi batizado como podemos ver no capítulo 3 inteiro de São Mateus.

Posso batizar mais de uma vez?

Algumas pessoas se batizam mais de uma vez, por exemplo, nascem católicos, recebem o sacramento na Igreja Católica e depois de adultos numa determinada fase da vida mudam de religião e se batizam novamente. Contudo, um batismo não anula o outro, o que vale é o primeiro batismo, a pessoa pode batizar mil vezes, mas o que vale é o primeiro batismo. É um sacramento, não há como cancelar um sacramento. Na carta de São Paulo aos Efésios, capítulo 4, versículo 5 diz “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo”.

Por que batizar as crianças?

Batizamos as crianças por uma questão de tradição, pois a Igreja já batizava crianças antes mesmo do cânon do novo testamento ter sido definido. No início do cristianismo quando o pai de família se convertia, geralmente a família inteira se convertida, pois o pai era também o líder religioso da família (na verdade é até hoje, infelizmente muito negligenciado e questionado pela cultura atual).

Algumas passagens bíblias atestam isso, como por exemplo em Atos dos Apóstolos, capítulo 16, versículo 15 Foi batizada juntamente com a sua família e fez-nos este pedido: Se julgais que tenho fé no Senhor, entrai em minha casa e ficai comigo. E obrigou-nos a isso”, no mesmo capítulo no versículo 33, também podemos ver “Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e toda a sua família”. Também podemos ver outro relato no capítulo 18, versículo 8 “Entretanto Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com todos os da sua casa. Sabendo disso, muitos dos coríntios, ouvintes de Paulo, acreditaram e foram batizados” e também, na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 1, versículo 16 “Aliás, batizei também a família de Estéfanas. Além destes, não me consta ter batizado ninguém mais”.

No catecismo da Igreja Católica no parágrafo 1250 vai dizer “Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se Filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento” e no parágrafo 1252 continua dizendo ““a prática de batizar as crianças é uma tradição imemorial da Igreja. É atestada explicitamente desde o século II. Mas é bem possível que desde o início da pregação apostólica, quando ‘casas’ inteiras receberam o Batismo, também se tenha batizado as crianças”.

No próprio judaísmo, não esperava a criança crescer e decidir se ia ou não ser judeu, logo nos primeiros dias a criança é apresentada no templo e era feita a circuncisão. Podemos constatar esse costume até mesmo no novo testamento, com João Batista na narrativa de São Lucas, capítulo 1, versículo 59 “No oitavo dia, foram circuncidar o menino e o queriam chamar pelo nome de seu pai, Zacarias”.

Portanto meu irmão e minha irmã, o batizar crianças é sobretudo um continuação da tradição cristã que vem desde do início do cristianismo, praticado pelos Apóstolos de Jesus. Não se esqueça, que a própria Bíblia é também fruto dessa mesma tradição.  

Escolha dos padrinhos

Infelizmente para muitos, os padrinhos são escolhidos entre os amigos de futebol, de cerveja e por ai vai, não levando em consideração o mais importante, a vida espiritual desse casal, a formação religiosa que tem.

A Igreja recomenda que os padrinhos sejam pessoas que vão ensinar a fé católica a seus afilhados, que irão ajudar na educação religiosa dessa criança. É um compromisso firmado perante Deus na autoridade da Igreja, portanto é um compromisso extremamente sério.

Você que é pai e mãe, que ainda não batizou seu filho, convide pessoas que possam somar na vida de seu filho, que até mesmo numa falta sua, esse casal possa zelar e cuidar da criança, os padrinhos são o segundo pais. Portanto, a escolha do padrinho e a da madrinha é também um ato de amor para com seu filho.

No catecismo, parágrafo 1255 vai dizer “Para que a graça baptismal possa desenvolver-se, é importante a ajuda dos pais. Esse é também o papel do padrinho ou da madrinha, que devem ser pessoas de fé sólida, capazes e preparados para ajudar o novo baptizado, criança ou adulto, no seu caminho de vida cristã (50). O seu múnus é um verdadeiro ofício eclesial (51). Toda a comunidade eclesial tem uma parte de responsabilidade no desenvolvimento e na defesa da graça recebida no Baptismo”.
A Paz!
fonte:http://eucaristiaopaodavida.com.br/

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